segunda-feira, 7 de maio de 2012

Ibama apreende toneladas de barbatanas de tubarão ilegais no Pará

A apreensão do produto é a maior já registrada no Brasil. A empresa responsável foi embargada e multada em quase R$ 3 milhões.
Ibama apreende 7,7 toneladas de barbatanas de tubarão em Belém, PA
(Foto: Divulgação/Ibama)

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu quase 8 toneladas de barbatanas de tubarão em uma empresa de beneficiamento e exportação de pescado no Distrito Industrial de Tapanã, em Belém(PA), nesta sexta-feira (04). Segundo o Ibama, a exportadora enviaria as barbatanas para a China.
A empresa foi embargada e multada em R$ 2,7 milhões, por utilizar recursos ambientais em desacordo com as normas legais, por beneficiar as barbatanas de tubarão sem comprovar sua origem legal e por dificultar a fiscalização do órgão.
Segundo o Ibama, esta mesma empresa já foi autuada diversas vezes pelo Instituto, e acumula mais de R$ 1 milhão em multas desde 2007. De acordo com o registro, a empresa vinha operando como se comercializasse apenas bexigas natatórias desidratadas, que é um subproduto legal da pesca de tubarão.
Os fiscais encontraram as barbatanas ilegais durante uma vistoria realizada na manhã desta sexta-feira (04). "As barbatanas obtidas por meio da pesca predatória também eram negociadas para o exterior e enviadas em meio à carga legal de bexigas", explica o chefe da Divisão de Fauna e Pesca do Ibama no Pará, Leandro Aranha.

Bexigas natatórias também foram vistoriadas pelo Ibama em Belém, PA
(Foto: Divulgação/Ibama)

Como a exportadora não possuía os mapas de bordo dos barcos pesqueiros, nem documentos que comprovassem a venda das carcaças dos animais, o Ibama acredita que a empresa praticava uma modalidade de pesca conhecida como "finning".
Proibida por uma portaria do Ibama, o "finning" ocorre quando o pescador corta apenas as barbatanas e descarta a carcaça do tubarão no mar. Muitas vezes o animal resiste à amputação e é jogado ainda vivo na água, mas não sobrevive.
Pescadores praticam o finning por motivos econômicos, já que transportar um barco cheio de barbatanas, produto muito valorizado no mercado internacional, é mais lucrativo que ocupá-lo com o tubarão inteiro. “Essa prática, além de cruel, está levando algumas espécies de tubarão, como o galha-branca, à extinção", afirma Aranha.

Fonte: http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2012/05/ibama-apreende-toneladas-de-barbatanas-de-tubarao-ilegais-no-pa.html