quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Pescadores filipinos pobres estão a ganhar milhões a “proteger” tubarões-baleia

Pescadores filipinos pobres estão a ganhar milhões a “proteger” tubarões-baleia



Um grupo dos pescadores mais pobres do mundo está a proteger os tubarões-baleia ameaçados de extinção em Oslob, nas Filipinas. A atração turística divide opiniões em relação aos seus ideais.


Os pescadores pararam de pescar e viraram-se para o turismo, alimentando pequenas quantidades de krill a tubarões-baleiapara atraí-los para mais perto da costa, para que os turistas possam mergulhar com eles.
Oslob é o lugar mais confiável do mundo para nadar com peixes enormes. Em águas calmas, eles vêm até 200 metros da costa, e centenas de milhares de turistas reúnem-se para vê-los. Antigos pescadores passaram de ganhar apenas 1,40 dólares por dia em média, a ganhar 62 dólares por dia.
Um estudo publicado este ano na revista Ocean & Coastal Mana investigou o efeito que o turismo do tubarão-baleia teve sobre os meios de subsistência e a pesca destrutiva na área. Os cientistas descobriram que Oslob é um dos mais surpreendentes e bem-sucedidos projetos alternativos de subsistência e conservação do mundo.

Pesca destrutiva

A pesca ilegal e destrutiva, envolvendo dinamite, cianeto, armadilhas para peixes e redes, ameaça as espécies em risco de extinção e os recifes de corais nas Filipinas.
Grande parte da população depende do peixe como fonte principal de proteína e a venda de peixe é uma parte importante do rendimento de muitas pessoas. Assim como os barcos que pescam ilegalmente perto da costa à noite, os pescadores usam compressores e lanças para pescar arraia, peixe-papagaio e polvo. Mesmo os peixes mais pequenos e caranguejos são levados e vendidos a restaurantes turísticos.
Apesar da legislação para proteger os tubarões-baleia, eles ainda são caçados e pescados vivos. “Temos leis para proteger os tubarões-baleia, mas eles ainda são mortos e abatidos”, disse o vereador de Oslob, citado pelo The Conversation.
Finning” é uma prática particularmente cruel: as barbatanas de tubarão são cortadas e o tubarão é devolvido de volta ao oceano, muitas vezes vivo, para morrer de sufocamento. As barbatanas são vendidas ilegalmente no Taiwan para distribuição no sudeste asiático. As barbatanas grandes são muito apreciadas para exibir em lojas e restaurantes que vendem barbatana de tubarão.
Oslob paga a patrulhas marítimas para proteger os tubarões-baleia. O financiamento também é fornecido para gerir cinco reservas marinhas e aplicar a legislação para impedir a pesca destrutiva ao longo dos 42 quilómetros de costa. Os locais patrulham a costa. “A aplicação das leis é muito rigorosa agora“, disse o pescador Bobong Lagaiho.
A pesca destrutiva diminuiu. A captura de peixes aumentou e espécies como a cavala estão a ser capturadas pela primeira vez em Tan-awan, a reserva marinha onde os tubarões-baleia se reúnem.

Maior o lucro, mais forte a conservação

O projeto em Oslob foi feito por pescadores para fornecer uma alternativa para a pesca num momento em que eles não conseguiam o suficiente para alimentar as famílias três refeições por dia, educar os filhos ou construir casas fortes o suficiente para resistir a tufões.
Agora, as nossas filhas vão para a escola e temos casas de betão. Se houver um tufão, não teremos mais medo. Nós estamos felizes. Podemos tratar os nossos filhos com boa comida, ao contrário de antigamente”, disse Carissa Jumaud, esposa de um pescador.
(dr) Judi Lowe
Criar novas formas de rendimento é uma parte essencial da redução da pesca destrutiva e do excesso de pesca nos países menos desenvolvidos. Os conservadores investiram centenas de milhões de dólares em vários projetos, mas estudos constataram que raramente funcionam e podem até ter efeitos negativos.
Por exemplo, os microempréstimos a pescadores na Indonésia, destinados a financiar novas empresas, foram usados para comprar mais equipamentos de pesca.
Em contrapartida, Oslob faturou 18,4 milhões de dólares com a venda de bilhetes entre 2012 e 2016, com 751.046 visitantes. Os pescadores passaram de 512 dólares por ano para, em média, 22.699 dólares.
Agora, eles só pescam no seu tempo livre. “Depois de proteger os nossos tubarões-baleia, concluímos que temos a obrigação de proteger os nossos recifes de corais porque os tubarões-baleia dependem deles”, disse o vereador.

Nem tudo é um mar de rosas

A alimentação de tubarões-baleia é controversa, e alguns ambientalistas ocidentais tentaram fechar Oslob.
Embora existam regras destinadas a proteger o bem-estar dos tubarões, como por exemplo uma zona tampão de três metros, a realidade é semelhante à de um aquário sem barreiras — explica o Channel News Asia. Dentro de água, os turistas testam os limites daquilo que é permitido e não resistem a tocar nos tubarões.
Anualmente são mais de meio milhão de turistas a participar nesta atração filipina, com cada um deles a pagar cerca de 19 dólares. O mesmo jornal refere que os interesses em Oslob, ao contrário daquilo que é sugerido por outros, são puramente económicos.
“Vários anos depois, os pescadores podem agora enviar os seus filhos para a escola e podem ter casas e carros bonitos. O estilo de vida melhorou“, disse Elizabeth Benologa, responsável pelo turismo municipal da cidade.
No entanto, um estudo da Large Marine Invertebrates Research Institute Philippines (LAMAVE) mostrou que os movimentos anuais dos tubarões-baleia estão a ser modificados, assim como os seus hábitos de caça. Há ainda uma maior dependência dos humanos para alimento, com os animais a adotarem uma posição vertical de alimentação, para tornar mais fácil a ingestão de comida atirada dos barcos.
“Eles não deveriam estar em águas rasas. Isto afeta a regulação da temperatura corporal, causando stress ao animal, tornando-o mais suscetível a doenças e a reprodução pode ser afetada”, explicou AA Yaptinchay, diretor do Marine Wildlife Watch das Filipinas.
https://zap.aeiou.pt/pescadores-milhoes-proteger-tubaroes-276616

quarta-feira, 3 de junho de 2015

O PREÇO DA OSTENTAÇÃO

Tradição?

Não me venham falar que a sopa da barbatana de tubarão é uma receita milenar que vovós chinesas vêm passando através de gerações na tentativa de manter vivos antigos costumes de seu povo. A sopa da barbatana de tubarão nada mais é do que símbolo de status e riqueza, pura ostentação que se vê em grandes eventos como casamentos, festas e jantares de negócios. Herança da Dinastia Ming - que a elevou a condição de iguaria pela raridade de seu principal ingrediente - a sopa atualmente é consumida em escala muito maior do há alguns séculos.
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(FOTO: Clarissa Ferreira / Barbatana de tubarão em vitrine de loja em Macau, China)

Um amigo brasileiro que também vive aqui em Cingapura me relatou outro dia sobre um jantar de confraternização da empresa onde ele trabalha, durante o qual foi servido o polêmico prato. Ele, que há anos ouve meus discursos sobre a sustentabilidade daquilo que levamos à mesa, recusou-se a experimentá-lo. Seus companheiros cingapurianos, no entanto, deliciaram-se com a iguaria sem culpa alguma. Não porque era gostoso. Não porque tinha propriedades medicinais. Mas porque era caro, chique e, para a sorte deles, de graça naquela ocasião.

Segundo o site Stop Shark Finning, um prato dessa sopa pode custar até 100 dólares nos restaurantes, o que faz com que pescadores espalhados pelo mundo não poupem esforços para garantir as tais barbatanas capazes de aumentar consideravelmente o lucro dos negócios. Não precisamos ir muito longe nessa história para concluir que, uma vez que apenas as barbatanas interessam, depois de mutilados os animais são jogados de volta ao mar para morrer.

Isso, por si só, já é o suficiente para nenhum ser humano querer consumir esse tipo de alimento. Mas vamos seguir. Ao que parece, a barbatana em si não tem gosto de nada, serve apenas para dar textura e consistência a um caldo de legumes ou frango. Quer mais? A medicina chinesa atribui à iguaria propriedades medicinais, enquanto estudos recentes comprovam que a carne do tubarão possui altas doses de mercúrio se comparada à de outros peixes. Então? Ficou com água na boca?!

Em Cingapura, a Cold Storage, uma das maiores redes de supermercado do país, aboliu a venda da barbatana e da carne de tubarão. Em pouco tempo, outras empresas do mesmo segmento, como o Carrefour e o Fair Price, seguiram o exemplo e retiraram os produtos de suas prateleiras. Mas ainda assim por aqui a sopa é muito popular entre os chineses. Restaurantes de luxo oferecem o prato sem constrangimentos, casais continuam o esbanjando em suas bodas e ninguém esconde a vontade de experimentar o gostinho da riqueza!

Segundo a organização Sea Shepherd, mais de 100 milhões de tubarões são abatidos todos os anos. Oito mil toneladas de barbatana são processadas anualmente, sendo que ela constitui apenas 4% do corpo do animal. Dezoito espécies de tubarão estão ameaçadas de extinção. Esse é o preço da ostentação.

Então, quando estiver viajando e se sentir tentado a experimentar a culinária local, pare e pense se aquele prato representa uma tradição que merece ser preservada ou se é apenas a herança de uma prática que há muito deveria ter sido extinta.

 Roteirista, fotógrafa e criadora da websérie 'A Culpa é do Fuso'

quarta-feira, 20 de maio de 2015

59 toneladas de tubarão em barco português

Barco português apreendido 

com tubarões pescados ilegalmente

Barco português apreendido com 59 toneladas de tubarão pescado de forma ilegal

Reuters/David Loh


A Guardia Civil espanhola apreendeu em Vigo, 59 toneladas de tubarão pescado por um barco com bandeira portuguesa. Os animais tinham as barbatanas cortadas. Uma prática proibida pela União Europeia.
Em comunicado hoje enviado à agência Lusa, aquela força policial espanhola adianta que a mercadoria apreendida pelo Serviço de Proteção da Natureza (SEPRONA) da Guarda Civil tinha como destino o mercado asiático onde as barbatanas de tubarão são muito procuradas.
"As leis comunitárias permitem o corte parcial das barbatanas para um melhor aproveitamento do espaço nos barcos. Já o corte total é proibido por poder possibilitar o arremesso, ao mar, dos corpos dos tubarões de maior dimensão, atribuindo as suas barbatanas, de grande valor, a exemplares de menor tamanho, podendo assim aumentar o número de capturas", lê-se na nota de imprensa.
De acordo com aquela força policial os exemplares foram capturados por um pesqueiro de bandeira portuguesa na Nova Zelândia, e enviados em contentores frigoríficos, num barco de mercadorias, até ao porto de Berbés, em Vigo.
Os contentores transportavam 190 toneladas de peixe, entre elas, as 59 toneladas de tubarão de várias espécies, tendo os militares envolvidos na operação contabilizado mais de quatro toneladas de barbatanas cortadas. A apreensão, segundo a Guarda Civil, "só foi possível pelo facto de a mercadoria ter sido descarregada em terra".
Os militares envolvidos na operação encontraram as barbatanas revestidas por um plástico que embalava os corpos mutilados que, por sua vez, estavam acondicionados em sacos de tela, não se podendo comprovar que se as barbatanas correspondiam aos corpos a que se encontravam unidas.
A Guardia Civil denunciou o caso ao ministério espanhol de Agricultura y Aduana, enquanto o pescado ficou à guarda da autoridade competente, em poder do proprietário.

Fonte: TSF Rádio Notícia
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=4577417



sábado, 28 de março de 2015

Sopa de barbatanas de tubarão estão desaparecendo dos restaurantes asiáticos

Em Beijing, Xangai, Guangzhou e Chengdu, na China, 85% das pessoas afirmaram ter parado com o consumo

por José Eduardo Mendonça, do blog Planeta Urgente - Planeta Sustentável
     
Thinkstock
Tubarão-martelo
Tubarão-martelo
Já era mais do que hora. Caçados impiedosamente, com as barbatanas arrancadas e devolvidos ao mar para uma morte após longa agonia, os tubarões estão sendo ajudados pela proibição do consumo da sopa de barbatanas de tubarão em muitos países e por mudanças de atitude na Ásia, onde o hábito se disseminou com o aumento da riqueza. Elas chegam a custar U$ 400 dólares o quilo.
A carne dos animais tem baixo valor, de 20 a 250 vezes menor que o das barbatanas. O comércio delas existe de uma forma ou outra na maioria dos lugares do mundo, impactando ecossistemas, estoques de peixes e o turismo potencial ou existente. Não há informações seguras sobre o montante delas. Dados nacionais não combinam com aqueles do grande mercado importador de Hong Kong, de maneira que dezenas de milhões dos tubarões somem das estatísticas.
De volta à água, sem as barbatanas os peixes não conseguem nadar ou soltar líquido pela guelras, morrendo sufocados, por perda de sangue ou pela predação por outras espécies. Jogá-los no mar é estúpido também do ponto de vista econômico e social, já que 90% da carcaça, fonte de proteína, é jogada fora.
Tubarões estão aqui há mais do que 450 milhões de anos antes de nós. No entanto, só no último meio século destruímos 90% de suas populações.
Há falta de dados sobre taxa ou ameaça de extinção de suas espécies. São conhecidas mais de 1200 delas e de seus parentes, as arraias. A União Internacional de Conservação da Natureza disse que as ameaçadas de extinção são 17 delas. Mas a taxa é certamente muito mais alta. Os níveis de procriação são muito diversos, e algumas terão mais dificuldade de se salvar.
A crise se acentuou com o forte crescimento econômico da China e outras nações do leste asiático. Antes disso, a maioria dos asiáticos não tinha dinheiro para pagar pela iguaria.
A matança é impressionante. Muitos países da África, Ásia e Oriente Médio não estão envolvidos em tratados internacionais de proteção e conservação e, ainda que estivessem, não teriam recursos para rastrear quais espécies estão sendo mortas em grandes quantidades. Alguns, com recursos, contornam a lei e pescam ilegalmente.
Até os anos 1980 e 1990 parte do massacre mais sangrento ocorria nos Estados Unidos que, depois de terem dizimado espécies como bacalhaus, arenques, linguados , atuns e peixes espada, promoveram a exploração dos tubarões como “recurso subutilizado”.
Notícias boas começam a chegar. O comércio global de barbatanas se encontra em declínio. Nos últimos dois anos, China, Hong Kong e Malásia proibiram a sopa de barbatana em eventos oficiais. Na Ásia, cinco grandes redes hoteleiras se comprometeram a não servi-la e 26 linhas aéreas concordaram em não mais transportá-las.
Em Beijing, Xangai, Guangzhou e Chengdu, na China, 85% das pessoas que responderam a uma pesquisa recente da WildAid afirmaram ter parado com o consumo. Estados Unidos, União Européia e Índia proibiram a atividade de extirpação das barbatanas, que hoje é ilegal em 100 países.
Avanços científicos também farão diferença no caso da conservação dos tubarões. Mais dados sobre as espécies serão supridos. Conservacionistas em todo o mundo esperam ansiosos os resultados de um estudo britânico que tem o objetivo de responder se é possível rastrear espécies ameaçadas através de DNA ambiental (eDNA). Se der certo, pesquisadores poderão criar mapas globais da vida submarina. Os métodos atuais são custosos, ocupam muita mão de obra, exigem que equipes permaneçam longos períodos no mar sem garantia de conseguirem informações desejadas.
“Basicamente, todas as coisas vivas são feitas de tecido, e e se você reduzi-lo a unidades cada vez menores, acaba tendo células”, explica Stefano Mariano, da Universidade Salford, em Manchester. “Cada célula de cada organismo contém DNA. Teoricamente, é possível colocar mecanismos de arrasto na água e recolher algum DNA vindo deste ambiente”.
“Se você for por exemplo a uma floresta tropical e souber que há uma porção de onças espalhadas por centenas de quilômetros, não vai vê-las a não ser que passe meses na selva e use câmeras ocultas”, diz ele. “O mesmo se aplica a grandes animais distribuídos no oceano, como baleias e tubarões. Para vê-los e monitorá-los, o orçamento é enorme. Se tudo der certo, promoveremos uma grande mudança, porque tudo que será necessário é coletar água o bastante”.
“Os métodos atuais de identificação das várias espécies de tubarões em uma área exigem um comprometimento significativo de pessoas, tempo e dinheiro”, afirma Katie Matthews, diretora do programa de ciência ambiental da organização Pew Charitable Trusts, uma das financiadoras do estudo.
Uma pessoa, um barco e uma garrafa de água, simples assim. A água é filtrada, o DNA analisado e assim se determina quais espécies estiveram na área. Com a diminuição rápida dos custos de processamento de DNA, parece que esta ferramenta de conservação marinha vai ser cada vez mais comum no futuro.

sábado, 19 de outubro de 2013

Venda de barbatana de tubarão incentiva matança de golfinhos no Peru

A exportação de barbatanas de tubarão para a Ásia aumentou no Peru e é a principal causa da matança de 15.000 golfinhos por ano, que são usados como isca para caçar os grandes predadores, informou esta sexta-feira o Ministério da Produção.
"Por algum motivo, os asiáticos gostam da barbatana de tubarão", afirmou em entrevista coletiva Paul Phompiu, vice-ministro de Pesca do Ministério da Produção, destacando que a exportação da barbatana de tubarão aumentou 10% nos últimos anos.
Segundo o funcionário, as exportações têm como destino principalmente Japão, Hong Kong, Cingapura e outros países asiáticos, detalhou o funcionário.
Phompiu explicou que existe uma autorização para exportar a barbatana do peixe, mas que a maior extração é feita por pescadores ilegais, que realizam uma "atividade criminosa", que é preciso perseguir e punir.
"Estamos indignados com esta situação; o Peru condena a pesca ilegal de golfinhos e tubarões porque são espécies protegidas", destacou.
Na véspera, a ONG Mundo Azul informou que 15.000 golfinhos são sacrificados anualmente e que sua carne é usada como isca para capturar tubarões.
Segundo a ONG, estima-se que no litoral peruano existam mais de 545 embarcações artesanais que estão acondicionadas para fazer este tipo de caça, que saem no mínimo meia dúzia de vezes ao ano e matam até seis golfinhos em cada incursão.
Atualmente existem 72 embarcações registradas oficialmente para a pesca do tubarão, algumas artesanais e outras industriais, disse Phompiu. Não há números oficiais sobre embarcações ilegais.
Os trabalhos de fiscalização e controle se tornam difíceis por causa da extensão do mar peruano e os pescadores ao chegar ao porto não trazem mais vestígios da pesca ilegal, admitiu.
Ela disse que para deter a matança de golfinhos se deve enfrentar a raiz do problema, que é o controle da comercialização das barbatanas de tubarões, consideradas afrodisíacas pelos orientais.
Para esta finalidade, criaram um Plano Nacional de Ação para os Tubarões, cujo objetivo é agir de "forma firme" a fim de sancionar os infratores, destacou Phoumpiu.
Entre as medidas a ser adotadas estão a restrição temporária da pesca e da comercialização do tubarão, por se considerar o principal incentivo para a pesca indiscriminada de golfinhos.
Outras ações seriam declarar vedadas por tempo determinado e "em casos extremos" a proibição da pesca de golfinhos e tubarões.
O plano de ação propõe a realização de um estudo científico, a cargo do Instituto do Mar do Peru, para determinar as zonas onde é praticada a pesca indiscriminada de golfinhos e tubarões, as características da frota pesqueira e as áreas de reprodução que devem ser intangíveis.
Embora também se utilize a cavala e a lula para pescar tubarões, os pescadores preferem usar a carne de golfinho, segundo afirmam, seu sangue tem um cheiro forte que atrai os tubarões.


Fonte:
AFP - Agence France-Presse
Publicação: 18/10/2013 20:10

http://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2013/10/18/interna_internacional,461445/venda-de-barbatana-de-tubarao-incentiva-matanca-de-golfinhos-no-peru.shtml

sexta-feira, 26 de abril de 2013

108 barbatanas de tubarão apreendidas na Costa Rica

As autoridades da Costa Rica apreenderam na quinta-feira 108 barbatanas de tubarão e anunciaram que vão acusar os pescadores responsáveis, noticia a agência EFE.


As barbatanas, que pesavam 40 quilos e são vendidas a cerca de 200 dólares (cerca de 150 euros) por unidade nos mercados asiáticos, estavam a ser transportadas num barco por três nacionais da Costa Rica.
As barbatanas apreendidas correspondem a pelo menos 54 tubarões «que foram assassinados e lançados ao mar apenas para extrair as barbatanas, pois nenhum dos corpos dos animais estava a bordo», indicou em comunicado o vice-ministro da Água e Oceanos da Costa Rica.

Fonte: Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=629452

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The Costa Rican authorities seized on Thursday 108 shark fins and announced that they will accuse fishermen responsible, the news agency EFE.


The fins, which weighed 40 pounds and are sold at about $ 200 (about 150 euros) per unit in the Asian markets were being transported on a boat for three national of Costa Rica.

The fins seized correspond to at least 54 sharks' who were murdered and thrown overboard only to extract the fins, because none of the bodies of animals was on board, "he noted in a statement the Deputy Minister of Water and Oceans of Costa Rica.


source: Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=629452

domingo, 31 de março de 2013

Documentário Gordon Ramsay

Para aqueles que ainda não viram, segue o link de uma parte do documentário de Gordon Ramsay, Chef inglês e famoso por suas receitas e restaurantes.
Acho excelente a matéria ser produzida por um grande Chef. No documentário, ele mostra o mercado de barbatanas de tubarão em Taiwan, principalmente a sopa,  e também a pesca predatória na Costa Rica, provalvelmente um dos maiores fornecedores da iguaria.
Importante. Após a produção do documentário e vendo a crueldade da prática do finning, Mr. Gordon vestiu a camisa e fundou a Shark Trust. Ong voltada a proteção dos animais. Além disso, conseguiu parar com a venda da sopa em alguns restaurantes da Chinatonw de Londres.
Em breve, teremos o link do documentário completo.
Vejam!

http://www.youtube.com/watch?v=r65FgUYdBOc

Obrigado.

sábado, 30 de março de 2013


Raias e tubarões ganham status de proteção contra comércio de carne


Contrariando o pessimismo que costuma rondar as conferências de meio ambiente das Nações Unidas, a reunião trienal da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora (Cites, em inglês) terminou ontem em Bangcoc, na Tailândia, com ótimas notícias para a biodiversidade marinha.
Cinco espécies de tubarão e duas de raia-manta foram incluídas no chamado Anexo 2 da convenção, o que significa que seu comércio terá de obedecer as regras internacionais de conservação e sustentabilidade, para evitar que elas entrem em risco imediato de extinção. (clique aqui para ler uma descrição dos diferentes anexos da Cites e entender como a convenção funciona).

Quase que simultaneamente, os Ministérios da Pesca (MPA) e do Meio Ambiente (MMA) do Brasil publicaram nesta semana duas instruções normativas (INI-1 e INI-2) proibindo a pesca de raias-mantas e de tubarões da espécie galha-branca-oceânico em águas brasileiras, assim como a comercialização dessas espécies em território brasileiro – mesmo que tenham sido pescadas fora do País.
Ambas as decisões foram muito comemoradas por cientistas e ambientalistas que há anos fazem campanha pela proteção desses animais, seriamente ameaçados pela forma predatória e sem regulamentação com que são pescados no mundo todo.

“Claro que há uma série de poréns sobre como essas decisões vão ser implementadas, mas só o fato de terem sido publicadas já é uma conquista histórica”, disse ao Estado o pesquisador Otto Bismarck Gadig, especialista em tubarões e raias da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
“É uma conquista enorme; um dia muito feliz para nós”, comemorou, também, Guilherme Kodja, diretor do projeto Mantas do Brasil, do Instituto Laje Viva, que atua principalmente na região do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, onde as raias-mantas são vistas com mais frequência no Brasil. “Agora começa o desafio ainda maior, de implementar e fiscalizar essas decisões, para que elas se tornem efetivas e não fiquem apenas no papel.”

“Esse é, talvez, o avanço mais importante para a conservação de raias e tubarões nos últimos dez anos”, declarou em um press release Gregory Stone, cientista chefe para Oceanos da ONG Conservação Internacional, que recentemente ajudou a criar um santuário de raias e tubarões na região de Raja Ampat, na Indonésia. Para a diretora geral da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), Julia Marton-Lefèvre, “as decisões da Cites ajudarão a assegurar a sobrevivência de várias espécies ameaçadas na natureza”.
“É um passo histórico para a proteção dessas espécies”, reforçou Nick Dulvy, do Grupo de Especialistas em Tubarões da IUCN, em nota divulgada pela instituição. “Depois de duas décadas de avanços lentos e fragmentados, os países membros da Cites concordaram em complementar suas leis nacionais de pesca para garantir que o comércio global seja feito de forma sustentável e legal.”

As cinco espécies de tubarão protegidas agora pelo Anexo 2 da Cites incluem o galha-branca-oceânico, o tubarão-golfinho (ou sardo), e três espécies de tubarão-martelo. As duas espécies de raias-manta são a gigante-oceânica e a recifal. Todas são consideradas ameaçadas de extinção, em diferentes graus. A inclusão no Anexo 2 não proíbe a pesca dessas espécies, mas exige que ela seja realizada de forma sustentável, legalmente controlada e obedecendo a limites tecnicamente definidos, de forma a evitar um colapso de suas populações (espécies consideradas já criticamente ameaçadas são incluídas no Anexo 1, em que o comércio é proibido, como no caso dos elefantes africanos).
Martelada brasileira. A proposta referente aos tubarões-martelo, especificamente, foi apresentada à Cites pelo Brasil, representado em Bangcoc pela bióloga Monica Brick Peres, do MMA, apontada por todos os envolvidos como a principal responsável pelo sucesso da iniciativa. “Mesmo depois de muita gente ter jogado a toalha, ela continuou brigando, não desistiu nunca”, elogia Gadig. “A Mônica é, sem dúvida, a grande heroína dessa história toda”, concorda Kodja. Os Estados Unidos já haviam tentando incluir esses mesmos tubarões no Anexo 2 na reunião anterior da Cites, em 2010, porém sem sucesso.

Uma outra instrução normativa proibindo a pesca dessas três espécies de tubarão-martelo no Brasil (além do galha-branca-oceânico) deverá ser publicada em breve. “Estamos apenas discutindo os detalhes finais com o Ministério da Pesca para publicar”, disse ontem o coordenador de Gestão de Recursos Pesqueiros do MMA, Roberto Gallucci.
Segundo Gallucci, o fato de a instrução normativa sobre o tubarão galha-branca-oceânico ter sido publicada nesta semana, junto com a reunião da Cites, foi uma “feliz coincidência”. A proibição, na verdade, foi motivada por uma decisão da Comissão Internacional para Conservação do Atum do Atlântico (ICCAT, em inglês), da qual o Brasil é signatário. A comissão fez uma análise das capturas de galha-branca-oceânico como fauna acompanhante da pesca de atum e concluiu que o tubarões, de fato, estavam sendo colocados em risco por esta pescaria. Por conta disso, todos os países membros do ICCAT receberam a “recomendação” (na prática, uma ordem) de proibir a pesca da espécie. O mesmo para os tubarões-martelos.

FOTO: Tubarão-martela nas Ilhas Galápagos, Equador.

Cobiçados pelas barbatanas. Os tubarões-martelo, assim como o galha-branca-oceânico, estão entre as espécies mais atingidas pela prática de “finning”, uma pesca predatória em que só as barbatanas dos animais são cortadas e comercializadas para produção de sopas na Ásia. Já as raias-mantas são pescadas em alguns países para extração de sua guelras, que muitos asiáticos, principalmente na China, acreditam ter propriedades medicinais.
No Brasil, segundo Gallucci, nem os tubarões nem as raias têm muito valor comercial, mas ambos são vítimas da pesca incidental – em que acabam sendo capturados em redes ou anzóis (da pesca espinhel, por exemplo) de barcos voltados para a pesca de outros peixes oceânicos, como o atum e o espadarte. “Não há pesca direcionada a tubarões no Brasil; eles só são capturados como ‘fauna acompanhante’ de outras pescarias”, afirma Gallucci. O que não significa que eles não precisem de proteção, ressalta ele.

A proibição é importante para garantir a conservação dessas espécies, aponta Gadig, por conta de várias características ecológicas que as tornam extremamente vulneráveis a qualquer pressão de pesca. As raias-mantas, por exemplo, vivem em populações esparsas e tem um ciclo reprodutivo extremamente lento. “Mesmo um número pequeno de raias pescadas pode ter um impacto muito grande nessas populações”, explica o pesquisador.
Segundo o pesquisador Alberto Amorim, do Instituto de Pesca de São Paulo, cerca de 750 espécies de elasmobrânquios (peixes cartilaginosos, incluindo raias e tubarões) são pescadas como fauna acompanhante de todas as modalidades de pesca. “Como exemplo, a pesca atuneira com sede em Santos/Guarujá chegou a capturar cerca de 60% de tubarões em sua produção total, em 1993. Assim, os tubarões e raias são sempre capturados em pequena e/ou grandes quantidades nas diferentes artes de pesca”, explica Amorim, que estava em Bangcoc acompanhando a reunião, como correspondente estatístico da IUCN. “Com a ausência desses grandes predadores, haverá um grave desequilíbrio na natureza, com prejuízos diretos ao homem. No Brasil, país considerado como um dos principais consumidores de carne de cação (a mesma coisa que tubarão), ficará sem esse produto mais barato, que entra na “moqueca baiana” e outros pratos típicos. Fala-se muito sobre o “finning” em todo mundo, mas aqui no Brasil, os barcos nacionais não fazem essa prática, pois a carne de cação tem mercado.”

Uma instrução normativa interministerial do MMA/MPA (IN-14) publicada no ano passada já proíbe o “finning” no Brasil, exigindo que os tubarões sejam desembarcados inteiros, e não apenas suas barbatanas.
“Vivo ou morto”. As Instruções Normativas publicadas nesta semana determinam que: “Os indivíduos de (tubarão galha-branca ou raias-mantas), capturados de forma incidental deverão, obrigatoriamente, ser devolvidos inteiros ao mar, vivos ou mortos, no momento do recolhimento do aparelho de pesca”. Gallucci, do MMA, não prevê impactos econômicos por conta dessas proibições.

“Nenhum pescador depende dessas espécies para sobreviver”, concorda Gadig. “A grande crueldade é justamente o fato de que não há pesca direcionada de tubarões no Brasil, mas mesmo assim eles são pescados em grande quantidade, como fauna acompanhante.” Segundo ele, o fato de as instruções normativas não proibirem a captura desses animais (apenas exigindo que eles sejam devolvidos ao mar “vivos ou mortos”) pode ser um ponto fraco, no sentido de que não impedem a captura inicial; mas, ainda assim, funcionam como um desestímulo importante ao proibir totalmente a comercialização delas em território nacional. “Mesmo que não tenham um impacto econômico grande, não são medidas puramente simbólicas”, diz ele. “Acho que haverá, sim, um impacto na postura dos pescadores.”
Detalhe: as instrução normativa das raias aplica-se a todas as espécies da família Mobulidae (conhecidas por muitos nomes, como raia-diabo), e não apenas às duas espécies maiores de raias-mantas, como no caso da decisão da Cites. Segundo Gadig, seis espécies da família ocorrem na costa brasileira, o que faz do Brasil o País com a maior diversidade de raias desse grupo no mundo.

Estadão

Fonte:  http://www.paraiba.com.br/2013/03/21/25034-raias-e-tubaroes-ganham-status-de-protecao-contra-comercio-de-carne

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Ibama apreende toneladas de barbatanas de tubarão ilegais no Pará

A apreensão do produto é a maior já registrada no Brasil. A empresa responsável foi embargada e multada em quase R$ 3 milhões.
Ibama apreende 7,7 toneladas de barbatanas de tubarão em Belém, PA
(Foto: Divulgação/Ibama)

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu quase 8 toneladas de barbatanas de tubarão em uma empresa de beneficiamento e exportação de pescado no Distrito Industrial de Tapanã, em Belém(PA), nesta sexta-feira (04). Segundo o Ibama, a exportadora enviaria as barbatanas para a China.
A empresa foi embargada e multada em R$ 2,7 milhões, por utilizar recursos ambientais em desacordo com as normas legais, por beneficiar as barbatanas de tubarão sem comprovar sua origem legal e por dificultar a fiscalização do órgão.
Segundo o Ibama, esta mesma empresa já foi autuada diversas vezes pelo Instituto, e acumula mais de R$ 1 milhão em multas desde 2007. De acordo com o registro, a empresa vinha operando como se comercializasse apenas bexigas natatórias desidratadas, que é um subproduto legal da pesca de tubarão.
Os fiscais encontraram as barbatanas ilegais durante uma vistoria realizada na manhã desta sexta-feira (04). "As barbatanas obtidas por meio da pesca predatória também eram negociadas para o exterior e enviadas em meio à carga legal de bexigas", explica o chefe da Divisão de Fauna e Pesca do Ibama no Pará, Leandro Aranha.

Bexigas natatórias também foram vistoriadas pelo Ibama em Belém, PA
(Foto: Divulgação/Ibama)

Como a exportadora não possuía os mapas de bordo dos barcos pesqueiros, nem documentos que comprovassem a venda das carcaças dos animais, o Ibama acredita que a empresa praticava uma modalidade de pesca conhecida como "finning".
Proibida por uma portaria do Ibama, o "finning" ocorre quando o pescador corta apenas as barbatanas e descarta a carcaça do tubarão no mar. Muitas vezes o animal resiste à amputação e é jogado ainda vivo na água, mas não sobrevive.
Pescadores praticam o finning por motivos econômicos, já que transportar um barco cheio de barbatanas, produto muito valorizado no mercado internacional, é mais lucrativo que ocupá-lo com o tubarão inteiro. “Essa prática, além de cruel, está levando algumas espécies de tubarão, como o galha-branca, à extinção", afirma Aranha.

Fonte: http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2012/05/ibama-apreende-toneladas-de-barbatanas-de-tubarao-ilegais-no-pa.html

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Combate ao comércio de barbatanas na América Central

Prática deve ser penalizada em países banhados pelo Mar do Caribe.
Medidas servem para preservar animais marinhos.
Barbatanas de tubarão são vistas em comércio da cidade de Hong Kong, na China. América Central quer pesca de tubarão. (Foto: Aaron Tam/AFP)

Países que integram a Organização de Pesca e Aquicultura da América Central (Ospesca) divulgaram nesta segunda-feira (23) que tomarão medidas para combater a pesca de tubarões e a retirada das barbatanas, com a finalidade de proteger as espécies e evitar o comércio ilegal.

Ações preventivas serão realizadas nos 5.750 km de costa, que compreende o Mar do Caribe e o Oceano Pacífico, indicou a instituição da qual fazem parte países como Guatemala, El Salvador, Nicarágua, Honduras, Costa Rica, Panamá e República Dominicana.

Segundo Mario Gonzalez, diretor da Ospesca, a primeira atitude para coibir a prática foi a proibição do corte da barbatana. Na última semana, Colômbia e Costa Rica concordaram em perseguir e punir aqueles que praticam este método. Ele explicou ainda que o foco será proteger a espécie da prática ilegal. O quilo da barbatana chega a custar U$ 200 no mercado internacional.

24/01/2012 09h30 - Do Globo Natureza, em São Paulo
Link: 
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/01/america-central-quer-combater-o-comercio-de-barbatanas-de-tubarao.html

domingo, 5 de dezembro de 2010

Tubarões viram "laranja" de traficantes

Traficantes usam tubarões para transportar droga da América Central para os EUA


Uma nova ameaça paira sobre os tubarões nas águas do Oceano Pacífico. A espécie marinha ancestral está sendo usada para enviar cocaína da América Central para os Estados Unidos, passando pelo México. Essa região costeira e marítima se transformou em área de trânsito para a droga produzida na Colômbia, na rota para o mercado norte-americano, o maior consumidor de cocaína do mundo, segundo dados das Nações Unidas.

Em junho de 2009, a embarcação Dover Strait, de bandeira das ilhas Marshall, foi interceptada por autoridades da Costa Rica quando transportava uma carga de tubarões congelados com destino ao México, vindo de Caldera, um porto privado na cidade costarriquenha de Puntarenas. Nas cavidades dos tubarões foram encontrados e apreendidos 894 quilos de cocaína. Um mês depois, a polícia costarriquenha interceptou um carregamento com outros 419 quilos dessa droga, que estavam com um pescador, escondida sob camadas de tubarões e pargos vermelhos.


Parte da carga de tubarões 'recheados' de drogas apreendida
na Costa Rica, com destino ao México


A maior parte do tráfico de cocaína na área acontece por mar, explicou à IPS Carlos Alvarado, diretor-geral do Instituto Costarriquenho sobre Drogas. “Temos de fazer um esforço para trabalhar com uma frota de lanchas rápidas, dentro das 12 milhas de mar territorial” e buscar cooperação internacional além deste limite, afirmou.

Os cartéis de traficantes da Colômbia e do México estabeleceram rotas no Pacífico que partem do país sul-americano e margeiam o litoral centro-americano. A Costa Rica passou a ter um papel específico, com o fornecimento de combustíveis às lanchas rápidas dos traficantes, entre outras tarefas. Uma vez em alto mar, os narcotraficantes pagam o combustível com pacotes de droga aos pescadores. O governo desconhece o valor deste pagamento.

Os portos privados, como o de Caldera, são outro problema fundamental, disse o biólogo costarriquenho Randall Araúz, diretor do Programa de Restauração da Tartaruga Marinha (Pretoma). Randall ganhou o Prêmio sobre Meio Ambiente Goldman 2010 por sua luta contra a retirada da barbatana do tubarão, prática pesqueira que se intensificou na área em aparente conexão com o tráfico desse peixe. Trata-se de capturar o animal, cortar suas barbatanas e devolvê-lo vivo ao mar, onde morre por falta de mobilidade.

Leia mais:
http://operamundi.uol.com.br/noticias_ver.php?idConteudo=7997

*Com colaboração de Daniel Zueras- Opera Mundi

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

SOS Tubarão

A pesca comercial tem levado o tubarão à beira da extinção


Cerca de 73 milhões de tubarões são mortos todos os anos - cerca de um bilhão a cada década, muitos deles com suas barbatanas decepadas para fazer sopa de barbatana de tubarão, antes de os peixes vivos ainda, serem jogados de volta na água, para morrerem. Apenas cerca de 40 países já implementaram planos de gestão dos tubarões para proteger estes peixes, de que trinta por cento das espécies estão agora sob ameaça de extinção, enquanto outros 47 por cento encaram esta possibilidade.
Paul de Gelder, um mergulhador da marinha australiana, pergunta: "Será que temos o direito de conduzir qualquer animal à beira da extinção antes que qualquer ação seja tomada?"
A resposta é não, não temos o direito, nem devemos, porque há provas claras de que se o tubarão, um dos principais predadores no topo da cadeia alimentar, como os seres humanos, for removido, então irá perturbar o equilíbrio da vida nos oceanos e que isso poderia ter conseqüências extremamente negativas.
Segundo a ONU, os cientistas encontraram uma relação directa entre um declínio das populações de tubarões e um declínio na saúde dos recifes de coral. Parece que sem os tubarões para abaterem os peixes, os corais tornam-se estéreis, são atacados pelas algas e morrem.
2010 é o Ano Internacional da Biodiversidade, mas é também aquele em que o tubarão, que nada nos nossos mares desde antes que o tempo dos dinossauros, está em vias de extinção devido à pesca excessiva. Desde 1970, certas espécies de tubarões ao longo da Costa Leste dos E.U.A. diminuíram em número cerca de 80%, enquanto na Europa o valor é ainda pior, situando-se em 90%. Algumas espécies do Mediterrâneo, como o anequim, tubarão-sardo, debulhador e tubarões-martelo caíram 97%. Eles estão quase extintos.
Alguns países tomaram medidas muito positivas. Primeira Palau (Oceano Pacífico, 2009), em seguida, as Maldivas (Oceano Índico, 2010) declararam suas águas internacionais santuários para tubarões e atualmente o grupo Pew está trabalhando para a aprovação de uma lei de conservação do tubarão nos E.U.A..
O que precisamos é de uma proibição mundial da remoção das barbatanas de tubarões no mar e para um limite a ser estabelecido sobre o número de tubarões que podem ser capturados. Ora, se estas medidas são universalmente respeitadas e implementadas, é outra questão.
Parece que a humanidade só vai acordar um dia, quando já é tarde demais, quando dizimaram toda a vida à nossa volta e poluíram o planeta além do reparo. Em seguida, será a vez da Mãe Natureza para se livrar de nós e voltar para uma existência em perfeita harmonia.

Pesquisa: UNO, Pew Group, www.sharkalliance.org
Timothy Bancroft-Hinchey
Pravda.Ru
http://port.pravda.ru/science/15-09-2010/30393-sos_tubarao-0

Culinária x Tubarões


Especialistas estimam que 30% das espécies de tubarões podem desaparecer por causa da sua utilização na alimentação


Paul de Gelder, mergulhador da Marinha australiana que perdeu a mão e a barriga da perna direitas no ano passado no porto de Sydney, foi um dos mutilados presentes numa reunião realizada na sede das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque para alertar para a extinção de várias espécies de tubarões. Apesar de terem sido atacadas por tubarões, essas pessoas estão empenhadas na luta pela sua sobrevivência. Sobreviventes dos ataques de tubarões, estimam que o medo que originam é exagerado.
"Estamos a provocar a extinção da população de tubarões apenas por uma tijela de sopa", referiu Paul de Gelder.

Todos os anos, 73 milhões de tubarões são mortos por causa das suas barbatanas, cozinhadas em sopas que são muito consumidas na Ásia. Por esse motivo, algumas espécies estão em vias de extinção, como é o caso do grande tubarão branco.
De acordo com os cientistas, o desaparecimento dos tubarões, que estão no topo da cadeia alimentar, desestabilizará todo o ecossistema marinho.
Quando um predador desaparece, as aves marinhas reproduzem-se e disputam os alimentos com os atuns e outras espécies que também estão ameaçadas de extinção.
Na reunião de Nova Iorque, promovida pelo Pew Environment Group (PEG), concluiu-se que 30% das espécies de tubarões estão ameaçados de extinção. "As ramificações são vastas no ecossistemma marinho", salientou Matt Rand, do PEG.
O PEG luta pelo estabelecimento de quotas de pesca dos tubarões a nível internacional para evitar a sua extinção.

Fonte: DN Ciência - http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1665984&seccao=Biosfera

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Consumo na China levou à matança de 280 mil tubarões no Brasil, diz ONG

Em processo de R$ 1,4 bilhão, empresa brasileira é acusada de exportar ilegalmente barbatanas de animais para mercado asiático.

A demanda por alimentos feitos a partir da barbatana de tubarão na Ásia está sendo apontada como a causa da matança ilegal de 280 mil animais na costa brasileira, nos cálculos de uma organização não-governamental com base em Porto Alegre.

O Instituto de Justiça Ambiental, que fez a estimativa a partir de autos de infração e apreensões do Ibama no Pará, entrou com uma ação na Justiça na qual demanda uma indenização bilionária de uma empresa de pesca por danos ambientais "irreversíveis e incontáveis" na costa paraense.
Os danos se referem à captura ilegal de 25 toneladas de barbatanas de tubarão e bexigas natatórias de animais não identificados, que a ONG acusa uma empresa de processar e revender ilegalmente. A mercadoria seria enviada provavelmente de portos no Rio Grande do Sul para o mercado asiático.
O instituto pede uma indenização de quase R$ 1,4 bilhão. No entanto, diz a ONG, o valor deverá subir à medida que forem apresentados pareceres técnicos sobre todos os ecossistemas afetados no decorrer do processo.

"Nunca ouvimos nada parecido. O que é assustador é que provém de apenas uma empresa. Imaginem então as quantidades que escapam da fiscalização do Ibama/PA", disse o diretor do IJA, Cristiano Pacheco.

"Quase não se fala na área costeira amazônica. Os brasileiros precisam saber que é a mais rica do país em biodiversidade marinha, banhada pela foz do Rio Amazonas."

Iguaria

As barbatanas de tubarão são consideradas uma iguaria na cozinha do leste asiático, e analistas dizem que o aumento da demanda, sobretudo da China, tem incentivado a extração dessa parte do animal para exportação ilegal.
O aumento do consumo do produto também atesta o crescimento do poder de compra dos consumidores chineses. Além disso, a barbatana de tubarão é usada em medicamentos.
Segundo o Instituo de Justiça Ambiental, os animais normalmente têm suas barbatanas retiradas para exportação ilegal e em seguida são jogados de volta ao mar.

"Essa é uma situação extremamente séria e representa apenas uma fração dos tubarões ilegalmente abatidos na costa do Nordeste brasileiro", disse Pacheco.

Dentre os animais abatidos, segundo a ONG, estão espécies marinhas em risco de extinção e vulnerabilidade, como o tubarão-grelha.

"Suprimir os tubarões dessa forma absurda e descontrolada colocará em colapso os ecossistemas marinhos na região, já que o tubarão é topo de cadeia, inventor da seleção natural nos oceanos e habitante deste planeta há mais de 400 milhões de anos."

Em maio, agentes do Ibama no Pará conduziram uma batida na empresa acusada e apreenderam cerca de 3,3 toneladas de barbatana de tubarão e mais 2 toneladas de bexiga natatória de outros peixes. A licença ambiental da empresa só permitia a comercialização de uma tonelada do produto por mês
Segundo declarou o Ibama na época, as barbatanas seriam vendidas a R$ 65 o quilo, enquanto as as bexigas natatórias custariam entre R$ 21 e R$ 81 o quilo.

 
Publicação: Estadão - BBC Brasil
Link: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,consumo-na-china-levou-a-matanca-de-280-mil-tubaroes-no-brasil-diz-ong,589717,0.htm

sábado, 31 de julho de 2010

15 quilos de barbatanas apreendidas no Pará

Fiscais do Ibama multaram em cerca de R$ 221 mil empresas do setor pesqueiro no Pará. Os agentes apreenderam quatro barcos e embargaram cinco estabelecimentos que operavam sem licença ambiental na região de Bragança, a 200 km de Belém. Entre as empresas estavam indústrias de beneficiamento de pescado.

O Ibama também apreendeu cerca de duas toneladas de peixes, principalmente da espécie pescada-amarela, e 15 quilos de barbatanas de tubarão. Segundo o instituto, não havia comprovação de que os produtos tinham origem legal. Os peixes foram doados ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil das prefeituras de Bragança e Vigia.
Na opinião do coordenador da operação, Giovanni Pacelli, da Gerência Executiva do Ibama em Imperatriz, no Maranhão, o índice de irregularidades encontradas foi alto.
- Metade das empresas não tinha Licença de Operação, o que significa que elas não passaram pelo licenciamento ambiental - disse.
Segundo Pacelli, o setor pesqueiro utiliza a amônia para fabricar o gelo usado na conservação do pescado.

- A amônia é tóxica e pode causar sérios danos ao meio ambiente. O seu uso deve ser bem controlado, especialmente no momento do licenciamento da empresa, pois acidentes podem causar poluição do ar e, em caso de vazamento no rio, provocar mortandade de peixes e contaminação da água - disse.

Fonte: O Globo
Link:
http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2010/07/30/ibama-multa-embarga-empresas-de-pescado-no-para-917285585.asp

domingo, 18 de julho de 2010

População de Tubarões Limão cresce em Noronha

Espécie é vista com mais frequência ao redor da ilha. Medidas de preservação e tolerância da espécie ao calor podem ser a explicação


Da Redação do pe360graus.com

Segundo uma pesquisa da União internacional para a conservação da natureza, os tubarões-limão estão em situação vulnerável nos oceanos do planeta. Mas não é o que acontece em Fernando de Noronha – esta é a espécie vista com mais frequência ao redor da ilha. Há 16 anos o engenheiro de pesca Leonardo Veras.

O incansável observador de tubarões revela uma nova descoberta: o número de tubarões-limão está crescendo em Fernando de Noronha, num reflexo direto do aquecimento das águas dos oceanos. As explicações, para ele, são as medidas de proteção e o fato dessa espécie ter mais tolerância à água quente.
Leia mais:  http://pe360graus.globo.com/noticias/cidades/meio-ambiente/2010/07/17/NWS,516999,4,77,NOTICIAS,766-NA-CONTRAMAO-PLANETA-POPULACAO-TUBAROES-LIMAO-CRESCE-NORONHA.aspx

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Golfinhos usados como isca de tubarões

EcoAgência > Notícia

Direitos dos Animais
Quarta-feira, 23 de Junho de 2010

Sea Shepherd Brasil busca condenação dos culpados pelo massacre de 83 golfinhos em Macapá

Na última audiência que acontece amanhã, o réu, Sr. Jonan Queiroz de Figueiredo, proprietário das embarcações acusadas de praticarem a carnificina de golfinhos no estado, confessou que os 83 golfinhos massacrados em 2007 foram entregues, em alto mar, para uma embarcação de pesca para utilização como isca de tubarão.


Foto Reprodução Sea Shepherd Brasil
Por Guilherme Ferreira – Jornalista do Instituto Sea Shepherd Brasil
Foto ilustrativa, golfinhos em Taiji

Nesta quinta-feira, dia 24 de junho, às 9h, em Macapá (AP), ocorrerá a segunda audiência do caso dos golfinhos, utilizados como isca na pesca ilegal de tubarões, na 2ª Vara da Justiça Federal de Macapá. Será ouvido o Superintendente da Polícia Federal do Amapá, a Polícia Ambiental, a Secretaria da Fazenda e Instituto de Meio Ambiente e de Ordenamento Territorial do Estado do Amapá.
Na última audiência o réu, Sr. Jonan Queiroz de Figueiredo, proprietário das embarcações acusadas de praticarem a carnificina de golfinhos no estado, confessou que os 83 golfinhos massacrados em 2007 foram entregues, em alto mar, para uma embarcação de pesca para utilização como isca de tubarão.

“A primeira audiência ocorrida dia 12 de abril revelou que os golfinhos foram utilizados como isca de tubarão. Temos informação de um mercado ilegal intenso de barbatanas de tubarão nesta região”, afirma Cristiano Pacheco, diretor executivo do Instituto Justiça Ambiental IJA e diretor jurídico voluntário da Sea Shepherd Brasil.

Entenda o caso:

Instituto Sea Shepherd Brasil expõe esquema de pesca ilegal de golfinhos e tubarões no Amapá
Na audiência realizada segunda-feira, dia 12 de abril, em Macapá (AP), foi provado que mais de 80 golfinhos foram massacrados e utilizados como isca na pesca ilegal de tubarão
A audiência pública ocorreu na 2ª Vara Federal do Amapá e contou com a presença de representantes do Ministério da Pesca, Marinha do Brasil, Ibama do Amapá, Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA), o réu Jonan Queiroz de Figueiredo (proprietário das embarcações responsáveis pela pesca de golfinhos), Cristiano Pacheco (diretor jurídico do Instituto Sea Shepherd Brasil) e o Dr. Antônio Philomena (oceanógrafo voluntário da Sea Shepherd Brasil).
A audiência iniciou com o depoimento do réu, Jonan Queiroz de Figueiredo, proprietário das embarcações apreendidas. O diretor jurídico voluntário da Sea Shepherd Brasil, Cristiano Pacheco, fez mais de dez perguntas relacionadas à pesca ilegal de golfinhos e a veracidade da alegação do réu, que afirmava que os cetáceos haviam sido pegos por acidente.
O Dr. Antônio Philomena, formulou perguntas técnicas, afirmando ao Juiz que “dificilmente 83 golfinhos ficariam emaranhados acidentalmente em uma rede de malha. Ao que tudo indica, não houve emaranhamento dos animais, assim como, a captura não foi acidental”, ponderou Philomena.

“O depoimento do Sr. Jonan foi a parte mais difícil. Depois de algumas perguntas diretas e incisivas o réu confessou que os 83 golfinhos massacrados em 2007 foram entregues, em alto mar, para uma embarcação de pesca para utilização como isca de tubarão. Desconfiávamos desta ação mas, uma confissão pública, em juízo, foi um choque”, afirma Pacheco.

“Os golfinhos são mamíferos especiais, dotados de inúmeros talentos e inteligência comprovada. O Brasil é referência mundial na proteção de cetáceos. Saber que estão sendo utilizados como isca de tubarão para uma atividade clandestina e mafiosa que atende ao mercado asiático, é uma vergonha para nós cidadãos e conservacionistas. Além do massacre cruel, ilegal e inaceitável, estes notáveis animais ainda estão servindo de isca de tubarão, fato que o Ibama e o governo do país deveriam conhecer e reprimir. A Sea Shepherd Brasil estará atenta ao desenrolar deste caso e sempre que golfinhos estiverem em risco a Sea Shepherd estará presente na sua defesa”, afirma Pacheco.

O representante do Ibama afirmou que é comum o surgimento de embarcações pesqueiras asiáticas, japonesas e norueguesas na área costeira do Amapá, em especial na região do Oiapoque, onde a fiscalização é praticamente nula e os recursos marinhos são fartos. Afirmou também, que é comum embarcações nacionais prestarem serviços de pesca para embarcações estrangeiras, de forma irregular e sem qualquer fiscalização.
O cenário apresentado na audiência expôs o total descaso com os ecossistemas marinhos na costa do Amapá, uma das regiões costeiras mais ricas do país em biodiversidade. O réu, mesmo sendo conhecedor da atividade profissional da pesca e proprietário de uma grande embarcação, afirmou “não conhecer” a distância legal mínima da costa permitida para a pesca motorizada com rede. O Ibama afirmou que a pesca marinha no estado é descontrolada, não há efetivo nem aparelhamento mínimo para a fiscalização.

Instituto Sea Shepherd Brasil - EcoAgência
http://www.ecoagencia.com.br/index.php?open=noticias&id=VZlSXRlVONlYHZFSjZkVaN2aKVVVB1TP