sábado, 19 de outubro de 2013

Venda de barbatana de tubarão incentiva matança de golfinhos no Peru

A exportação de barbatanas de tubarão para a Ásia aumentou no Peru e é a principal causa da matança de 15.000 golfinhos por ano, que são usados como isca para caçar os grandes predadores, informou esta sexta-feira o Ministério da Produção.
"Por algum motivo, os asiáticos gostam da barbatana de tubarão", afirmou em entrevista coletiva Paul Phompiu, vice-ministro de Pesca do Ministério da Produção, destacando que a exportação da barbatana de tubarão aumentou 10% nos últimos anos.
Segundo o funcionário, as exportações têm como destino principalmente Japão, Hong Kong, Cingapura e outros países asiáticos, detalhou o funcionário.
Phompiu explicou que existe uma autorização para exportar a barbatana do peixe, mas que a maior extração é feita por pescadores ilegais, que realizam uma "atividade criminosa", que é preciso perseguir e punir.
"Estamos indignados com esta situação; o Peru condena a pesca ilegal de golfinhos e tubarões porque são espécies protegidas", destacou.
Na véspera, a ONG Mundo Azul informou que 15.000 golfinhos são sacrificados anualmente e que sua carne é usada como isca para capturar tubarões.
Segundo a ONG, estima-se que no litoral peruano existam mais de 545 embarcações artesanais que estão acondicionadas para fazer este tipo de caça, que saem no mínimo meia dúzia de vezes ao ano e matam até seis golfinhos em cada incursão.
Atualmente existem 72 embarcações registradas oficialmente para a pesca do tubarão, algumas artesanais e outras industriais, disse Phompiu. Não há números oficiais sobre embarcações ilegais.
Os trabalhos de fiscalização e controle se tornam difíceis por causa da extensão do mar peruano e os pescadores ao chegar ao porto não trazem mais vestígios da pesca ilegal, admitiu.
Ela disse que para deter a matança de golfinhos se deve enfrentar a raiz do problema, que é o controle da comercialização das barbatanas de tubarões, consideradas afrodisíacas pelos orientais.
Para esta finalidade, criaram um Plano Nacional de Ação para os Tubarões, cujo objetivo é agir de "forma firme" a fim de sancionar os infratores, destacou Phoumpiu.
Entre as medidas a ser adotadas estão a restrição temporária da pesca e da comercialização do tubarão, por se considerar o principal incentivo para a pesca indiscriminada de golfinhos.
Outras ações seriam declarar vedadas por tempo determinado e "em casos extremos" a proibição da pesca de golfinhos e tubarões.
O plano de ação propõe a realização de um estudo científico, a cargo do Instituto do Mar do Peru, para determinar as zonas onde é praticada a pesca indiscriminada de golfinhos e tubarões, as características da frota pesqueira e as áreas de reprodução que devem ser intangíveis.
Embora também se utilize a cavala e a lula para pescar tubarões, os pescadores preferem usar a carne de golfinho, segundo afirmam, seu sangue tem um cheiro forte que atrai os tubarões.


Fonte:
AFP - Agence France-Presse
Publicação: 18/10/2013 20:10

http://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2013/10/18/interna_internacional,461445/venda-de-barbatana-de-tubarao-incentiva-matanca-de-golfinhos-no-peru.shtml

sexta-feira, 26 de abril de 2013

108 barbatanas de tubarão apreendidas na Costa Rica

As autoridades da Costa Rica apreenderam na quinta-feira 108 barbatanas de tubarão e anunciaram que vão acusar os pescadores responsáveis, noticia a agência EFE.


As barbatanas, que pesavam 40 quilos e são vendidas a cerca de 200 dólares (cerca de 150 euros) por unidade nos mercados asiáticos, estavam a ser transportadas num barco por três nacionais da Costa Rica.
As barbatanas apreendidas correspondem a pelo menos 54 tubarões «que foram assassinados e lançados ao mar apenas para extrair as barbatanas, pois nenhum dos corpos dos animais estava a bordo», indicou em comunicado o vice-ministro da Água e Oceanos da Costa Rica.

Fonte: Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=629452

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The Costa Rican authorities seized on Thursday 108 shark fins and announced that they will accuse fishermen responsible, the news agency EFE.


The fins, which weighed 40 pounds and are sold at about $ 200 (about 150 euros) per unit in the Asian markets were being transported on a boat for three national of Costa Rica.

The fins seized correspond to at least 54 sharks' who were murdered and thrown overboard only to extract the fins, because none of the bodies of animals was on board, "he noted in a statement the Deputy Minister of Water and Oceans of Costa Rica.


source: Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=629452

domingo, 31 de março de 2013

Documentário Gordon Ramsay

Para aqueles que ainda não viram, segue o link de uma parte do documentário de Gordon Ramsay, Chef inglês e famoso por suas receitas e restaurantes.
Acho excelente a matéria ser produzida por um grande Chef. No documentário, ele mostra o mercado de barbatanas de tubarão em Taiwan, principalmente a sopa,  e também a pesca predatória na Costa Rica, provalvelmente um dos maiores fornecedores da iguaria.
Importante. Após a produção do documentário e vendo a crueldade da prática do finning, Mr. Gordon vestiu a camisa e fundou a Shark Trust. Ong voltada a proteção dos animais. Além disso, conseguiu parar com a venda da sopa em alguns restaurantes da Chinatonw de Londres.
Em breve, teremos o link do documentário completo.
Vejam!

http://www.youtube.com/watch?v=r65FgUYdBOc

Obrigado.

sábado, 30 de março de 2013


Raias e tubarões ganham status de proteção contra comércio de carne


Contrariando o pessimismo que costuma rondar as conferências de meio ambiente das Nações Unidas, a reunião trienal da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora (Cites, em inglês) terminou ontem em Bangcoc, na Tailândia, com ótimas notícias para a biodiversidade marinha.
Cinco espécies de tubarão e duas de raia-manta foram incluídas no chamado Anexo 2 da convenção, o que significa que seu comércio terá de obedecer as regras internacionais de conservação e sustentabilidade, para evitar que elas entrem em risco imediato de extinção. (clique aqui para ler uma descrição dos diferentes anexos da Cites e entender como a convenção funciona).

Quase que simultaneamente, os Ministérios da Pesca (MPA) e do Meio Ambiente (MMA) do Brasil publicaram nesta semana duas instruções normativas (INI-1 e INI-2) proibindo a pesca de raias-mantas e de tubarões da espécie galha-branca-oceânico em águas brasileiras, assim como a comercialização dessas espécies em território brasileiro – mesmo que tenham sido pescadas fora do País.
Ambas as decisões foram muito comemoradas por cientistas e ambientalistas que há anos fazem campanha pela proteção desses animais, seriamente ameaçados pela forma predatória e sem regulamentação com que são pescados no mundo todo.

“Claro que há uma série de poréns sobre como essas decisões vão ser implementadas, mas só o fato de terem sido publicadas já é uma conquista histórica”, disse ao Estado o pesquisador Otto Bismarck Gadig, especialista em tubarões e raias da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
“É uma conquista enorme; um dia muito feliz para nós”, comemorou, também, Guilherme Kodja, diretor do projeto Mantas do Brasil, do Instituto Laje Viva, que atua principalmente na região do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, onde as raias-mantas são vistas com mais frequência no Brasil. “Agora começa o desafio ainda maior, de implementar e fiscalizar essas decisões, para que elas se tornem efetivas e não fiquem apenas no papel.”

“Esse é, talvez, o avanço mais importante para a conservação de raias e tubarões nos últimos dez anos”, declarou em um press release Gregory Stone, cientista chefe para Oceanos da ONG Conservação Internacional, que recentemente ajudou a criar um santuário de raias e tubarões na região de Raja Ampat, na Indonésia. Para a diretora geral da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), Julia Marton-Lefèvre, “as decisões da Cites ajudarão a assegurar a sobrevivência de várias espécies ameaçadas na natureza”.
“É um passo histórico para a proteção dessas espécies”, reforçou Nick Dulvy, do Grupo de Especialistas em Tubarões da IUCN, em nota divulgada pela instituição. “Depois de duas décadas de avanços lentos e fragmentados, os países membros da Cites concordaram em complementar suas leis nacionais de pesca para garantir que o comércio global seja feito de forma sustentável e legal.”

As cinco espécies de tubarão protegidas agora pelo Anexo 2 da Cites incluem o galha-branca-oceânico, o tubarão-golfinho (ou sardo), e três espécies de tubarão-martelo. As duas espécies de raias-manta são a gigante-oceânica e a recifal. Todas são consideradas ameaçadas de extinção, em diferentes graus. A inclusão no Anexo 2 não proíbe a pesca dessas espécies, mas exige que ela seja realizada de forma sustentável, legalmente controlada e obedecendo a limites tecnicamente definidos, de forma a evitar um colapso de suas populações (espécies consideradas já criticamente ameaçadas são incluídas no Anexo 1, em que o comércio é proibido, como no caso dos elefantes africanos).
Martelada brasileira. A proposta referente aos tubarões-martelo, especificamente, foi apresentada à Cites pelo Brasil, representado em Bangcoc pela bióloga Monica Brick Peres, do MMA, apontada por todos os envolvidos como a principal responsável pelo sucesso da iniciativa. “Mesmo depois de muita gente ter jogado a toalha, ela continuou brigando, não desistiu nunca”, elogia Gadig. “A Mônica é, sem dúvida, a grande heroína dessa história toda”, concorda Kodja. Os Estados Unidos já haviam tentando incluir esses mesmos tubarões no Anexo 2 na reunião anterior da Cites, em 2010, porém sem sucesso.

Uma outra instrução normativa proibindo a pesca dessas três espécies de tubarão-martelo no Brasil (além do galha-branca-oceânico) deverá ser publicada em breve. “Estamos apenas discutindo os detalhes finais com o Ministério da Pesca para publicar”, disse ontem o coordenador de Gestão de Recursos Pesqueiros do MMA, Roberto Gallucci.
Segundo Gallucci, o fato de a instrução normativa sobre o tubarão galha-branca-oceânico ter sido publicada nesta semana, junto com a reunião da Cites, foi uma “feliz coincidência”. A proibição, na verdade, foi motivada por uma decisão da Comissão Internacional para Conservação do Atum do Atlântico (ICCAT, em inglês), da qual o Brasil é signatário. A comissão fez uma análise das capturas de galha-branca-oceânico como fauna acompanhante da pesca de atum e concluiu que o tubarões, de fato, estavam sendo colocados em risco por esta pescaria. Por conta disso, todos os países membros do ICCAT receberam a “recomendação” (na prática, uma ordem) de proibir a pesca da espécie. O mesmo para os tubarões-martelos.

FOTO: Tubarão-martela nas Ilhas Galápagos, Equador.

Cobiçados pelas barbatanas. Os tubarões-martelo, assim como o galha-branca-oceânico, estão entre as espécies mais atingidas pela prática de “finning”, uma pesca predatória em que só as barbatanas dos animais são cortadas e comercializadas para produção de sopas na Ásia. Já as raias-mantas são pescadas em alguns países para extração de sua guelras, que muitos asiáticos, principalmente na China, acreditam ter propriedades medicinais.
No Brasil, segundo Gallucci, nem os tubarões nem as raias têm muito valor comercial, mas ambos são vítimas da pesca incidental – em que acabam sendo capturados em redes ou anzóis (da pesca espinhel, por exemplo) de barcos voltados para a pesca de outros peixes oceânicos, como o atum e o espadarte. “Não há pesca direcionada a tubarões no Brasil; eles só são capturados como ‘fauna acompanhante’ de outras pescarias”, afirma Gallucci. O que não significa que eles não precisem de proteção, ressalta ele.

A proibição é importante para garantir a conservação dessas espécies, aponta Gadig, por conta de várias características ecológicas que as tornam extremamente vulneráveis a qualquer pressão de pesca. As raias-mantas, por exemplo, vivem em populações esparsas e tem um ciclo reprodutivo extremamente lento. “Mesmo um número pequeno de raias pescadas pode ter um impacto muito grande nessas populações”, explica o pesquisador.
Segundo o pesquisador Alberto Amorim, do Instituto de Pesca de São Paulo, cerca de 750 espécies de elasmobrânquios (peixes cartilaginosos, incluindo raias e tubarões) são pescadas como fauna acompanhante de todas as modalidades de pesca. “Como exemplo, a pesca atuneira com sede em Santos/Guarujá chegou a capturar cerca de 60% de tubarões em sua produção total, em 1993. Assim, os tubarões e raias são sempre capturados em pequena e/ou grandes quantidades nas diferentes artes de pesca”, explica Amorim, que estava em Bangcoc acompanhando a reunião, como correspondente estatístico da IUCN. “Com a ausência desses grandes predadores, haverá um grave desequilíbrio na natureza, com prejuízos diretos ao homem. No Brasil, país considerado como um dos principais consumidores de carne de cação (a mesma coisa que tubarão), ficará sem esse produto mais barato, que entra na “moqueca baiana” e outros pratos típicos. Fala-se muito sobre o “finning” em todo mundo, mas aqui no Brasil, os barcos nacionais não fazem essa prática, pois a carne de cação tem mercado.”

Uma instrução normativa interministerial do MMA/MPA (IN-14) publicada no ano passada já proíbe o “finning” no Brasil, exigindo que os tubarões sejam desembarcados inteiros, e não apenas suas barbatanas.
“Vivo ou morto”. As Instruções Normativas publicadas nesta semana determinam que: “Os indivíduos de (tubarão galha-branca ou raias-mantas), capturados de forma incidental deverão, obrigatoriamente, ser devolvidos inteiros ao mar, vivos ou mortos, no momento do recolhimento do aparelho de pesca”. Gallucci, do MMA, não prevê impactos econômicos por conta dessas proibições.

“Nenhum pescador depende dessas espécies para sobreviver”, concorda Gadig. “A grande crueldade é justamente o fato de que não há pesca direcionada de tubarões no Brasil, mas mesmo assim eles são pescados em grande quantidade, como fauna acompanhante.” Segundo ele, o fato de as instruções normativas não proibirem a captura desses animais (apenas exigindo que eles sejam devolvidos ao mar “vivos ou mortos”) pode ser um ponto fraco, no sentido de que não impedem a captura inicial; mas, ainda assim, funcionam como um desestímulo importante ao proibir totalmente a comercialização delas em território nacional. “Mesmo que não tenham um impacto econômico grande, não são medidas puramente simbólicas”, diz ele. “Acho que haverá, sim, um impacto na postura dos pescadores.”
Detalhe: as instrução normativa das raias aplica-se a todas as espécies da família Mobulidae (conhecidas por muitos nomes, como raia-diabo), e não apenas às duas espécies maiores de raias-mantas, como no caso da decisão da Cites. Segundo Gadig, seis espécies da família ocorrem na costa brasileira, o que faz do Brasil o País com a maior diversidade de raias desse grupo no mundo.

Estadão

Fonte:  http://www.paraiba.com.br/2013/03/21/25034-raias-e-tubaroes-ganham-status-de-protecao-contra-comercio-de-carne