domingo, 5 de dezembro de 2010

Tubarões viram "laranja" de traficantes

Traficantes usam tubarões para transportar droga da América Central para os EUA


Uma nova ameaça paira sobre os tubarões nas águas do Oceano Pacífico. A espécie marinha ancestral está sendo usada para enviar cocaína da América Central para os Estados Unidos, passando pelo México. Essa região costeira e marítima se transformou em área de trânsito para a droga produzida na Colômbia, na rota para o mercado norte-americano, o maior consumidor de cocaína do mundo, segundo dados das Nações Unidas.

Em junho de 2009, a embarcação Dover Strait, de bandeira das ilhas Marshall, foi interceptada por autoridades da Costa Rica quando transportava uma carga de tubarões congelados com destino ao México, vindo de Caldera, um porto privado na cidade costarriquenha de Puntarenas. Nas cavidades dos tubarões foram encontrados e apreendidos 894 quilos de cocaína. Um mês depois, a polícia costarriquenha interceptou um carregamento com outros 419 quilos dessa droga, que estavam com um pescador, escondida sob camadas de tubarões e pargos vermelhos.


Parte da carga de tubarões 'recheados' de drogas apreendida
na Costa Rica, com destino ao México


A maior parte do tráfico de cocaína na área acontece por mar, explicou à IPS Carlos Alvarado, diretor-geral do Instituto Costarriquenho sobre Drogas. “Temos de fazer um esforço para trabalhar com uma frota de lanchas rápidas, dentro das 12 milhas de mar territorial” e buscar cooperação internacional além deste limite, afirmou.

Os cartéis de traficantes da Colômbia e do México estabeleceram rotas no Pacífico que partem do país sul-americano e margeiam o litoral centro-americano. A Costa Rica passou a ter um papel específico, com o fornecimento de combustíveis às lanchas rápidas dos traficantes, entre outras tarefas. Uma vez em alto mar, os narcotraficantes pagam o combustível com pacotes de droga aos pescadores. O governo desconhece o valor deste pagamento.

Os portos privados, como o de Caldera, são outro problema fundamental, disse o biólogo costarriquenho Randall Araúz, diretor do Programa de Restauração da Tartaruga Marinha (Pretoma). Randall ganhou o Prêmio sobre Meio Ambiente Goldman 2010 por sua luta contra a retirada da barbatana do tubarão, prática pesqueira que se intensificou na área em aparente conexão com o tráfico desse peixe. Trata-se de capturar o animal, cortar suas barbatanas e devolvê-lo vivo ao mar, onde morre por falta de mobilidade.

Leia mais:
http://operamundi.uol.com.br/noticias_ver.php?idConteudo=7997

*Com colaboração de Daniel Zueras- Opera Mundi

Um comentário:

  1. A favor da natureza em toda sua plenitude. Contra todo o tipo de arbitrariedade e exploração contra a vida!

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