quinta-feira, 22 de abril de 2010

Do Pará para o Japão

Ibama apreende no Pará 1 tonelada de bartana de turbarão que iria para o Japão



Plantão
Publicada em 20/04/2010 às 19h00m - Portal Globo


BELÉM - Uma tonelada de barbatana de tubarão que seria exportada para o Japão foi apreendida, nesta terça-feira, no porto de Belém. De acordo com o Ibama, a carga está avaliada no mercado internacional em cerca de R$ 30 mil. O proprietário da exportadora foi multado em R$ 52 mil. As embarcações que pescaram os animais também serão autuadas. Toda a carga ilegal será destruída.
O carregamento de barbatanas, já congelado, estava num contêiner pronto para ser embarcado. Mas os fiscais detectaram irregularidades na documentação de origem do produto, como os mapas de bordo dos barcos responsáveis pela captura dos tubarões.
A atividade de pesca e comércio da espécie vem sofrendo críticas de ambientalistas. As barbatanas têm valor comercial muito superior ao restante da carcaça, por isso, em alguns casos, ocorre apenas a retirada da barbatana e o descarte do animal no mar, o que é proibido pela legislação ambiental.

- Esta atividade necessita de um controle rigoroso para que possamos ter segurança que a pesca comercial não está ameaçando as espécies de tubarão da costa brasileira, algumas delas já ameaçadas de extinção - explica Rita Barreto, analista ambiental da Divisão de Fauna do Ibama no Pará.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Consumo de barbatana de tubarão em Minas

Dessa vez é o restaurante Udon, em Minas Gerais.

“O mercado da alta gastronomia se expande há cinco anos em Belo Horizonte. Para abastecer o Udon, usamos produtos premiun, seja nacionais ou importados. Compramos direto de fornecedores japoneses ou brasileiros e os negócios não param de crescer. Dependendo do produto, como barbatana de tubarão, o retorno chega a superar os 70% ao ano”, afirma o sócio-proprietário da Rede Gourmet, João Emilio Gonçalves Soares.

Precisamos trabalhar muito e educar as pessoas contra o consumo. Se não for consumido, eles não vendem.


Matéria do site UAI:
Gastronomia de luxo impulsiona lucros do comércio especializado em BH

Tetê Monteiro - Estado de Minas
Publicação: 18/04/2010 07:51

Para quem se interessar em ler toda a matéria:  http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2010/04/18/noticia_economia,i=156137/GASTRONOMIA+DE+LUXO+IMPULSA+LUCROS+DO+COMERCIO+ESPECIALIZADO+EM+BH.shtml

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Animal proibido continua ainda a ser alimento muito comido

por BRUNO ABREU
DN Ciência




Animais como o esturjão, o atum-vermelho ou vários tipos de tubarões estão em perigo de desaparecer, mas nem assim se deixa de os incluir em pratos que muitas vezes são considerados iguarias de luxo. Ambientalistas avisam que só não comprando podemos evitar o desastre.

Os pescadores puxam um grupo de tubarões-azuis para dentro do barco. Com a ajuda de facas, cortam a cada um deles as quatro barbatanas. Depois, os corpos são deitados de volta ao mar onde, incapazes de nadar, vão afundar-se e morrer. O destino das barbatanas será o mercado asiático, como Hong Kong, onde o sofrimento dos tubarões vale 520 euros o quilo.
A gula é implacável também com outras espécies, como o esturjão, as enguias e o atum-vermelho, que sofrem já problemas de redução de stocks e a ameaça da extinção.
Um exemplo português é o meixão. Estas crias da enguia-europeia só podem ser pescadas no rio Minho. Apesar disso, são capturadas ao longo de toda a costa portuguesa, sem a preocupação de que daqui a umas décadas as enguias-europeias - e consequentemente o meixão - possam deixar de existir. A razão: um quilo destas enguias bebés, também conhecidas por angulas, chega a custar mais de mil euros nos restaurantes espanhóis.
"Às pessoas nem lhes passa pela cabeça se estão a fazer bem ou mal quando compram alimentos provenientes de animais em perigo de extinção. Compram porque podem e têm dinheiro", reage ao DN Hélder Spínola, da associação ambientalista Quercus. O caso dos tubarões é sintomático: caçados apenas pelas barbatanas, que vão servir de alimento de luxo em ocasiões de festa nos países asiáticos, espécies como o tubarão-tigre ou o tubarão-azul têm a sua existência ameaçada pela sobrepesca.
O sushi também tem sido notícia nos últimos tempos por utilizar atum-vermelho na sua confecção. A demanda deste peixe - considerado o rei da comida japonesa - está a acabar com os stocks. Há pesca um pouco por todo o mundo e mesmo com os avisos de que as populações poderão extinguir-se, não há quem pare o seu comércio - nem mesmo as autoridades mundiais que estiveram reunidas no mês passado no Qatar na Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção.
Também no mar, a caça à baleia teve de ser controlada para que não se extinguissem, uma vez que eram caçadas intensivamente: em 1930 caçavam-se 50 mil baleias por ano e por volta de 1950 as reservas estavam a diminuir drasticamente. Foi em 1986 que a baleação comercial foi proibida. Mas, em 1993, a Noruega considerou a lei não válida e voltou a caçar. O Japão faz o mesmo justificando-a com a investigação científica - as baleias caçadas para a ciência podem ser vendidas para não serem desperdiçadas.
O caviar também é um caso conhecido. A própria União Soviética e o Irão, a partir de 1950, tomaram medidas ecológicas para manterem as reservas de esturjão no mar Cáspio, preocupados com a direcção descendente que os stocks deste peixe tomavam.
"As pessoas têm de perceber que só elas podem acabar com isto. Não comprar é a primeira medida a tomar para que não se venda", diz o ambientalista da Quercus, pois sem compradores o mercado irá acabar por reduzir até se extinguir. "Se ninguém comprar, também ninguém vai caçar ou pescar", esclarece. Isto porque até "se podem fazer regulamentos determinando os tamanhos, mas enquanto o consumidor quiser irá haver sempre quem o capture e venda, mesmo que seja ilegal".

O que não se come na China?

No gigante asiático, não é tão fácil distinguir entre o que é comestível e o que não é para ser comido


Por Lívia Barbosa
Todo antropólogo aprende que uma das categorias básicas da cozinha de qualquer sociedade é a distinção entre comestível e não comestível. No Brasil é fácil se fazer essa distinção, mas na China quase impossível de se identificar o que não se come. Os próprios chineses têm consciência do avassalador apetite que possuem por tudo aquilo que cresce, se mexe, nada ou voa. Daí dizerem que se anda e não é carro, voa e não é avião e nada e não é navio, se come.

Para a nossa sensibilidade visual e gustativa, identificar e escolher entre uma miríade de cores, formas e texturas estranhas sem ajuda de um local é uma verdadeira aventura: "se errar já era". Não existem menus em inglês em todos os lugares com explicações sobre o que você irá enfrentar. Sopa de ninho de andorinha, testículos de todos os animais que se possa imaginar, barbatanas de tubarão, espetinhos de insetos diversos, formas marinhas gelatinosas não identificáveis entre outros são engolidos com gosto e sem hesitação pelos chineses.


Época Negócios - leia mais:  http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI129405-16367,00-COMIDA+E+ALIMENTACAO+NA+CHINA.html